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CAARAPÓ - MS, domingo, 15 de junho de 2025


Em Amambai, contaminação por agrotóxicos ocorre por via aérea 2y6k5d

Na retomada Guapoy Mirim Tujury, a pulverização de defensivos tem levado os guarani-kaiowá aos hospitais 346y3n

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Publicado em: 06/06/2023 às 08h50

Eduardo Miranda

A contaminação de indígenas da etnia guarani-kaiowá por agrotóxicos não se resume apenas à região de Dourados, onde uma população de 13 mil indígenas, moradores das aldeias Jaguapiru e Bororo, está exposto aos defensivos agrícolas e suas consequências, conforme denunciou ontem o Correio do Estado. Em Amambai, em aldeias indígenas e perto de retomadas, o problema também existe.É o que relata o líder guarani-kaiowá Daniel Lemes Vasques. Uma das regiões onde o problema é mais crônico, segundo ele, é na retomada Guapoy Mirim Tujury. Conforme Vasques, o lançamento dos defensivos agrícolas é feito por aviões ao lado dessa retomada, nome de acampamentos montados em áreas reivindicadas pelas populações indígenas, mas ainda não homologadas.

“Como o milho está verde para a secagem, eles am de avião em cima da própria reserva para secá-lo, e o cheiro é muito forte e se espalha por toda a retomada”, conta o indígena. “Os idosos, que têm imunidade fraca, am mal com o cheiro do veneno, e estamos questionando isso”, afirma o líder guarani-kaiowá da região de Amambai. Vasques ressalta que já houve casos em que teve de levar crianças e idosos para o hospital por causa do agrotóxico. “Foi um idoso que acabou ando mal. O veneno veio do avião. Era um vento que ia para o sul que trazia um cheiro muito forte”, descreve.Casos semelhantes aos relatados por Vasques estão em poder do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e comporão um dossiê que será entregue para as autoridades federais, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Ministério dos Povos Indígenas.

Denúncia 6o1u6d

Na edição de ontem, o Correio do Estado denunciou a exposição de indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororo, em Dourados, à contaminação por agrotóxicos até mesmo na Fazenda Caiuaná, propriedade da Missão Evangélica Caiuá, que está arrendada há décadas para o plantio de soja e milho para produtores rurais da cidade. 

A Fazenda Caiuaná, um dos vetores do problema, tem 384 hectares e foi idealizada no século ado para ser uma escola rural para indígenas.Por ironia do destino, a propriedade da missão evangélica que tem por objetivo evangelizar e amparar a população guarani-kaiowá tem uma área muito parecida com a Fazenda do Inho, em Rio Brilhante, imóvel rural ocupado por indígenas guarani-kaiowá que reivindicam a demarcação e a criação de uma reserva no local.

Voltando às aldeias Jaguapiru e Bororo, que são alcançadas pela zona urbana de Dourados, há nelas recorrentes mortes de animais dos indígenas. A queixa dos guarani-kaiowá é que os defensivos agrícolas teriam causado cegueira na moradora da aldeia Jaguapiru Elza Gonçalves Benites, de 72 anos.A Fazenda Caiuaná está localizada em frente à aldeia Bororo, na rodovia MS-156, que liga as cidades de Dourados e Itaporã.Com um contrato de arrendamento ativo desde 2018, a propriedade gerou uma renda de R$ 1,34 milhão no ano ado, resultado da colheita de 7.864 sacas de soja readas pelos arrendatários.

A fazenda já havia sido alvo de investigação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por usar agrotóxico proibido no Brasil contrabandeado do Paraguai. Em 2015, o funcionário de um ex-arrendatário foi condenado a dois anos de prisão.Agora, denúncias de contaminação por agrotóxicos oriundos dessas lavouras partem não só dos indígenas, mas também de entidades ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU).A subsecretária-geral e assessora especial para a Prevenção do Genocídio da ONU, Alice Wairimu Nderitu, esteve em maio nas aldeias Jaguapiru e Bororo, vizinhas à fazenda da Missão Evangélica Caiuá.Além da pobreza extrema e dos casos de prisões ilegais a que os indígenas são submetidos, ela também relatou contaminação de guarani-kaiowá por agrotóxicos.

“Agricultores pulverizam agrotóxicos nocivos em suas lavouras, que são inalados pelos guarani-kaiowá, o que causa sérios problemas de saúde na população, incluindo mortes de crianças”, acusa a subsecretária da ONU.Ela não chegou a citar a Missão Evangélica Caiuá nominalmente, mas, em seu relatório, revelou que há falta de prestação de contas pelos líderes comunitários.“São alegações graves e que deveriam ser seriamente investigadas”, diz Alice Wairimu Nderitu.

No mesmo documento, ela ainda pede a “demarcação urgente” de terras e menciona o conflito agrário no Estado.A indígena Francisca Gonçalves Vogarim, filha de Elza, que ficou cega por causa da exposição excessiva aos agrotóxicos, conta o drama de conviver com a prática dos arrendatários da propriedade da Missão Caiuá.

“O veneno é o que mais prejudica nós. Antigamente, tinha horário para ar o veneno, mas há um tempo a quantidade aumentou muito. No ano ado, morreram dois cavalos”, relata.

“Eles am veneno de dia e à noite. Minha mãe tem 72 anos e, como é idosa, tem imunidade baixa. Nos últimos anos, foi perdendo a visão e sofrendo com a quantidade de veneno. Ela fica mal mesmo: os braços coçam, os olhos coçam, e ela tem um mal-estar permanente no corpo”, completa Francisca.

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