Usina de Hidrogênio Verde em MS deve movimentar R$ 2 bilhões até o ano de 2030 5q4z3z
Idealizadores do projeto esperam capacitar, anualmente, cerca de 500 profissionais, entre especialistas, professores e engenheiros 3z1dh
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Publicado em: 14/07/2024 às 07h14Chamado de "combustível do futuro", o hidrogênio verde já começa a fazer parte do presente na sociedade brasileira. A partir de estudos realizados com outras empresas e universidades, a Rede Brasileira de Certificação, Pesquisa e Inovação (RBCIP) — associação civil sem fins lucrativos voltada para a inovação científica e tecnológica — lançará, em outubro, uma usina para a fabricação do produto no campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande.
Projeções realizadas pela entidade indicam que, até 2030, a nova usina deve movimentar cerca de R$ 2 bilhões. Além do investimento, os idealizadores do projeto esperam capacitar, anualmente, cerca de 500 profissionais, entre especialistas, professores e engenheiros, com a implementação da fábrica. O projeto, caracterizado como P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), conta com a colaboração da empresa estrangeira Green World Energy Hydrogen (GWE).
Integrantes do RBCIP e da GWE viajaram à China para conhecer mais sobre a tecnologia e as instalações de projetos voltados à produção em larga escala de hidrogênio verde no país asiático, que detém os avanços mais recentes na produção, armazenamento e distribuição do combustível. Durante a visita, também foi acompanhado um Teste de Aceitação de Fábrica (FAT) de um eletrolisador de última geração, responsável pela fabricação do hidrogênio.
Para o coordenador do projeto da nova usina, Marcelo Fiche, a troca de experiências com os chineses é muito positiva.
A RBCIP também possui um escritório em Hamburgo, na Alemanha. O país europeu é um dos mais avançados na pesquisa e fabricação do hidrogênio verde e foi a primeira nação estrangeira a investir em usinas no Brasil. Desde o ano ado, já foram lançados três polos de P&D nas universidades federais de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais — todas com investimento do governo alemão.
De acordo com o coordenador do projeto, o foco da rede de pesquisa é atuar apenas para o avanço do mercado nacional. "A RBCIP nunca pensou em trabalhar o hidrogênio para o desenvolvimento do mercado externo". Ele complementa que o objetivo é lançar as bases para o uso do hidrogênio em larga escala. "Como a gente pode apoiar a disseminação do conhecimento do hidrogênio? Esse é o nosso foco", garante. "O hidrogênio pode ser, também, mais uma opção de armazenamento da energia", completa Ficher.
Marco regulatório desta energia 4p4t69
Na última semana, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2308/2023, que institui o Marco Regulatório do Hidrogênio Verde. O PL retornou à Câmara após sofrer alterações pontuais no Senado Federal. O texto aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se tornar lei.
A ideia é que, nos próximos anos, haja mais estudos para a substituição dos combustíveis fósseis pelo hidrogênio verde no país. Os incentivos incluem benefícios fiscais para as empresas que decidirem fabricar o produto em solo brasileiro.
"Essa matéria, ao lado de outras que já votamos aqui, coloca o nosso parlamento em uma rota de compromisso com a transição energética e transformação ecológica, o que possibilita nos qualificar e aprofundar o compromisso, para que o Brasil possa ser vanguarda da nova economia: a economia de baixo carbono", comentou o relator do projeto na Câmara, Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), após a aprovação da matéria.
O setor industrial comemorou a aprovação do projeto. Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que o PL é um o importante na corrida pela descarbonização no país. "A aprovação do marco legal é mais um o importante na corrida pela descarbonização. Temos grande potencial de energias verdes para diminuir a pegada de carbono da indústria e para agregar valor à nossa manufatura", afirma o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
Já a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) entende que estabelecer regras claras e mecanismos que estimulem o uso do hidrogênio é fundamental para o desenvolvimento de toda sua cadeia de valor, de forma a contribuir para a redução de emissões de carbono. "É importante que os subsídios não sejam criados de forma cruzada, evitando assim penalizar os consumidores de energia e assegurando, assim, uma transição energética justa para o país", sustenta.